domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sobre filmes: Faça a coisa certa


Sobre o filme


FAÇA A COISA CERTA

SPIKE LEE


Porra... falar de um filme de mais de 25 anos de idade.. pra quê? É importante saber zé..
O “Faça a coisa certa” é um filme atemporal, ah tá bom poderia estar falando do Sétimo Selo, maaaasss. Já ouviu public Enemy? Então, acredito que faz mais sentido falar desse filme, don't believe the hype (não vai na modinha).
O Spike Lee que hoje é um dos diretores bem sucedidos na história do cinema feito por Negros fez esse filme com vinte e poucos anos. Hoje tem ótimos filmes com atores e diretores negros muito bem escritos e dirigidos e até algumas superproduções, mas em 88/89 isso não era uma realidade. Sobretudo pra aquele cara baixinho e não muito dentro dos padrões do que seria a linguagem cinematográfica padrão Hollywood.
A começar pela trilha que é simplesmente Public Enemy o filme já abre com uma canção que bate direto na cara da américa branca já em versos que esculhamba inclusive Elvis (vacilão).
Tipo assim :

Elvis era um heroi para maioria /Mas nunca significou merda nenhuma pra mim
Perceba o racista que aquele otário era/ Simples e claro
Ele e John Wayne são filhos da puta/ Porque eu sou negro e tenho orgulho
Estou pronto, atualizado e empolgado

Vai vendo como começa o filme.. caso não tenha visto vai lá, internet tá aí pra isso.. essa letra sendo cantada com uma mulher negra latina Rosie Perez dando seu recado. Imagina o impacto disso na cabeça de uma criança. Quando vi esse filme eu tinha uns 11 ou 12 anos. Hoje com mais de 30 já revi muitas vezes nem sei quantas. Talvez por uma questão de identificação seja o filme que tenha me despertado para cinematografia enquanto arte de dialogo possível, afinal vivemos no pais das telenovelas onde negro só aparece dentro daqueles padrões que estamos cansados de conhecer.

O filme é cheio de diálogos interessantes e diretos que vão direto ao ponto. O subemprego, o personagem principal é um jovem entregador de pizza, a violência policial momento que não vou contar mas é crucial até pra entender a escolha do título, a hipocrisia branca que convive bem desde que o negro não incomode muito. Relações inter-raciais, falta de trabalho, imigração, situação da mulher, do jovem e dos velhos, enfim. Tantas coisas que se fala que sempre que vejo descubro algo mais. Caso tenha interesse em conhecer ou já conheça essa é a dica. Existem tantos diálogos possíveis entre os manos de tantos lugares e tempos que se for só pra conhecer de forma básica sem aprofundar muito já dá pra ficar a vida toda sem ver e ler as porcarias que nos dão via rede globo etc. O filme evidencia o conflito de forma inteligente e engraçada. As vezes o engraçado é trágico.
O filme também encontrou importância histórica nos conflitos de Los Angeles em 92 (pesquisa lá que vc vai sacar o paranauê). Muitos jovens negros se sentiram encorajados a fazer a coisa certa.





Aí vai a sinopse fornecida no DVD:

Negros e brancos entram em choque dentro de uma pizzaria, após um longo dia de verão. Spike Lee, também autor do roteiro, baseia-se num episódio verídico para discurtir e polemizar sobre os conflitos raciais nos EUA. Exibido no festival de Cannes, o filme consagrou de vez o diretor, que também ganhou uma indicação ao Oscar pelo roteiro. 


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