quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Meu banzo

Nunca gostei de policia/ Nao nego
Hoje nem caio no banzo/ Tanto
Aqui do lado de baixo
Eu falo, nao calo
Que na hora do esculacho
A cor da pele é desacato
Ah meu amor hoje eu to tão sem saber
Ah meu amor hj eu to tão blasé
Eu me fio em nada além
Nem tenho a pretensão
Defendo meu pensar 
E penso bem também
Nem vendo religião e ando sem vintém
A historia é outro porem bem
Historia de preto outro porem meu bem
Tudo bem, historia de preto outro porem
Ah meu amor...
Acabo sempre tao desorientado
A agonia fez morada em nosso lado
Eu ando tao amargo, eu ando tão bolado
Eu fico tão chocado, eu ando é revoltado
Tudo bem nosso terrero é outro porem
Ai meu amor...

Manifesto CandomBlack


Man in festo

Manifesto Candomblaico
Menos candomblanco mais candomblack
Menos instituição mais coração
Menos discussão mais ação
Menos harmonia mais tamborzão
Por um instinto coletivo realmente coletivo.
Mais sinceridade menos capitalização
Seja educação, não seja omissão
Seja sorriso, mas nao abra muito a boca
Seja amor, mas nao por qualquer pessoa

terça-feira, 6 de agosto de 2013

tempo..

Lembro do tempo que tempo nao existia
Pra cada dor do dia havia prosa-ou-poesia
A sátira pra  conter a raiva imerecida
Sangue, suor, sorriso, amor, ira
Quem sabe um atomo distante explique o vão da nossa vaidade
Entranhada e travestida de profundidade
Mar que profundidade?A tolice sincera garante originalidade! (quase)
E a loucura que "penso" conduz minha melhor parte
Enquanto o veneno que me habita
Prossegue sem me angustiar
Vou destilando o verbo com a côr da madrugada
Sento, penso na possibilidade, olho pros lados, arrumo os cabelos, coço a barba...........
Levanto, deito, sonho as novidades que ainda não vieram além do véu
Ainda não inventaram aquela ..... "P4La<R4"

sábado, 22 de junho de 2013

22 de junho

Continuo

Continuo  sem saber uma pá de coisas
Continuo tentando entender os outros
Continuo não gostando de aniversários, festas e ie ie ies
Continuo não gostanto de pessoas que falam muito de perto... exceto aquelas que a gente quer
Continuo não gostando das pessoas que resolvem puxar papo e nao tem nada de interessante pra dizer
Continuo sendo o mesmo chato
Continuo sorrindo sempre que vejo um cachorro
Continuo encarando gatos de rua (tbm gosto deles)
Continuo olhando pixações
Continuo vendo pornografia
Continuo me sentindo velho, me sinto velho desde os 17
Continuo ouvindo Hendrix, Coltrane, Bob, Gil e Caetano.. Ainda não cansei deles.
Continuo pensando: Mas quando eu for rico...
Continuo reclamando das filas, do transporte, da hipocrisia (inclusive a minha)
Continuo achando Renato Russo um ótimo letrista
Continuo não curtindo coca cola
Continuo comendo chocolates dentro do mercado sem pagar
Continuo me olhando nos espelho levantando as rugas
Continuo olhando pro céu antes de sair
Continuo falando sozinho
Continuo apaixonado pela mesma mulher
Continuo comendo batata frita
Continuo pensando porque desafino
Continuo tocando super bem as 6 cordas
Continuo achando tudo um saco
Continuo amando tudo
Continuo





segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sobre Livros: As almas da gente negra.


Sobre o Livro

ALMAS DA GENTE NEGRA,

DU BOIS, W. E. B.


Nas minhas andanças pelas livrarias e sebos da cidade do Rio de Janeiro sempre me deparo com surpresas interessantes. Dessa vez na típica feira do livro do centro da e cidade me deparei com o livro que já havia visto algumas referências, mas nunca havia parado para ler, por preguiça e falta de oportunidade, não nessa ordem. Almas da gente Negra, de W.E.B. Du Bois, homem que viveu uma era histórica sem precedentes pra história do povo negro, viveu entre o seculo 19 e 20. Viveu 95 anos dos quais participou e ajudou a fomentar boa parte do pensamento moderno sobre negritude. Para alguns ele é um dos pais do panafricanismo. Particularmente acho que ele é referencia para entender a história moderna e do negro americano. Muito se fala de Malcolm X, Martin Luther King, Mandela, Panteras Negras, Black Power (só pra citar os mais óbvios) e outros movimentos e pessoas menos conhecidos e difundidos, porém ouso dizer que toda essa movimentação talvez não fosse possível sem a abertura feita por pessoas como Du Bois, Marcus Garvey, Booker T. Washington, George Washington Carver, Madam C. J. Walker, Annie Malone, Ida B. Wells entre outras personalidades que ajudaram a reorganização do povo negro na perspectiva norte americana. Se fosse citar os brasileiros essa lista seria de igual importância, mas a idéia aqui é falar sobre importação desse conceito norte americano que tanto nos influncia inclçusive nas comparações do tipo,”mas lá nos estados unidos...”. De qual estados unidos estamos falando? Assim como o Brasil é um país cuja história é complexa e cheia de nuances que caracterizam a formação dessa ideia de nação.

Quando li Almas da Gente Negra, me deparei com fatos já conhecidos e outros que me foram surpresa como por exemplo o fato de os negroas estarem preocupados desde a abolição com a formação educacional para além do ler e escrever. Estou falando de o povo negro sendo médico, advogado, engenheiros, professores, cientistas desde o século 19. Fato que hoje causa espanto no brasil da miscigenação e outros blá blá blás. Parece óbvio hoje mas em 1863 acho que era um tanto quanto inédito para o povo negro recém saído desse regime escravocrata lidar com essa nova forma social de existência que precede o capitalismo que hoje somos tão íntimos. Já conhecia relativamente bem de história norte americana e direitos civis na perspectiva da luta do povo negro e mesmo assim tive várias surpresas ao ler esse livro. Descobri por exemplo que mesmo não tendo um candomblé e umbanda como temos no Brasil esses negros não se cristianizaram como nos foi mostrado pela história comum. Havia uma Black Church diferente dos moldes que hoje conhecemos como cristianismo protestante norte americano. Até mesmo essa forma de louvar que hoje conhecemos seja fruto desse jeito negro de ser Du Bois aprofunda isso nos últimos capitulos do livro. Havia o sacerdote que com o passar dos anos virou o pastor e havia no sul crenças religiosas que vulgarmente ficou conhecida como Vodu. A cristianização do negro norte americano foi de suma importância pra sua mobilidade social, visto que as igrejas eram os lugares de reunião e trocas de ideia. Confesso que não sou fã de Igrejas, mas percebo que cada história é uma história e não há como comparar sem cair em armadilhas e lugares comuns. No entanto não dá pra não perceber o quanto Estados Unidos e sua história nos influencia como povo da diáspora. Seja qual for o Negro em questão é importante saber quem está falando em que época contexto e lugar.

Por Marcos Aganju