domingo, 1 de maio de 2016

Negro fora da caixinha


Texto meu publicado no Geledes

Queer, Outsider, Freak, Genius.. Estes termos todos se encaixam na hora de descrever Prince. Com apenas 20 anos de idade era multiinstrumentista e produtor, além de dançar e cantar ao ponto de sacudir a cena local que contava com um número considerável de grandes artistas, tais como Michael Jackson, James Brown, Marvin Gaye, Stevie Wonder entre outros. Isso só pra contar o básico da chamada Black Music. Mas Prince era excêntrico ousado e genial, essa mistura não é nem nunca foi facilmente aceita, menos ainda quando se trata de homens negros. Mas Prince chegou com sua dança, canto, falsete afinado, sensualidade não hétero normativa, performance visceral, solos virtuosos, roupas brilhantes, maquiagem e salto alto. Tomou a cena!
Numa época em que a ousadia artística era motivo pra se gravar um disco ou nunca conseguir uma gravadora.

Enviado por Marcos Aganju via Guest Post para o Portal Geledés 




Michael Jackson, James Brown, Jimi Hendrix, além dos alisantes de cabelos e suas performances arrebatadoras esses artistas tinham uma coisa em comum; eles modificaram a cara da musica pop mundial. Todos foram além do óbvio e fizeram história, se recriaram se reinventaram e puseram a musica deles na vanguarda. Ditaram novos passos. Mudaram as regras e recriaram o jogo. Foram rebeldes e a frente de seu tempo e do que a sociedade poderia entender e esperar dos jovens negros sobretudo a sociedade branca que não toleraria tão fácil seus filhos e filhas idolatrando jovens rebolantes e sensuais. Nesse cenário que nasce O Prince.
Que artista seria tão vanguarda, ao ponto de depois de uma carreira consolidada brigar com a gravadora e abrir mão do próprio nome e usar um símbolo para se representar? Prince o fez. No mínimo ousado. Ah esses rebeldes! A rebeldia tem um preço. Esses outsiders, que romperam a barreira da branquitude; essa que aceita, classifica e legitima. Esse negro que não se “encaixa” no normalzinho. É uma outra coisa, quando se rompe a barreira do “artista negro”, tem que se inventar um outro lugar. Esses geniais romperam a barreira e foram muito além de qualquer expectativa dentro do que se poderia esperar deles.
Quem são os que ousam pensar fora da caixinha?
Quem são os que ousam não ser a norma?
As portas foram escancaradas!
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